segunda-feira, 7 de maio de 2012


O Melhor Pra Mim

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Capitulo 91 a 95

Sábado, dia 14 de Novembro, 19:40, baile.
Guys:
- Aguiar! - Pedro gritou do fundo do salão, apontando diretamente para mim. Todos os olhares, que antes estavam voltados a ele, agora estavam em mim. Ouvi a risada sincera de Lua ao meu lado e relaxei um pouco, mas ainda não tinha perdido a vontade de matá-los lenta e dolorosamente. - Olha só, tá no estilo!
- Micael, será que vocês poderiam abaixar um pouco a voz? - sussurrei, e ele foi esperto o suficiente pra ler meus lábios e concordar com a cabeça, mas não rápido o suficiente para impedir Chay de gritar a pleno pulmões:
- LUA, CARALHO, CÊ TÁ GOSTOSA, EIM?
Fechei os olhos, fazendo uma careta.
Era o fim. A mãe de Lua nunca mais iria querer me ver pela frente. Nem pintado de ouro.
- Pessoal, que bom que vocês vieram! - Lua soltou minha mão e correu em direção aos amigos. As pessoas ao redor recomeçaram a conversar, perdendo o interesse na cena, e Adriana só deu de ombros e foi sentar-se junto ao marido.
Fiquei observando com cara de idiota enquanto ela abraçava um por um meus amigos e suas amigas - uma ótima visão panorâmica da sua bunda, toda vez que ela tinha que ficar na ponta dos pés. Os seis ainda estavam sóbrios. Pelo menos não era uma catástrofe total.
- Arthur! O Phoenix é livre! - Micael gritou, me abraçando. Chay e Pedro vieram em seguida, num abraço grupal.
- Qualquer dia desses eu mato todos vocês. - murmurei embaixo da muralha de homens de terno me abraçando.
Isso foi à coisa mais homossexual que vocês lerão nessa história.
- Para de baitolisse, Thur, vamos bebemorar!
Olhei em volta, e ninguém parecia prestar atenção em nós oito. Olhei para Lua, que sorria de um jeito lindo.
Bom, o que nós tínhamos a perder?
- É isso aí! - concordei, animado. - Vamos bebemorar!
O que realmente aconteceu.
Capitulo 92


Sábado, dia 14 de Novembro, 19:40, baile.
Guys:
- Aguiar! - Pedro gritou do fundo do salão, apontando diretamente para mim. Todos os olhares, que antes estavam voltados a ele, agora estavam em mim. Ouvi a risada sincera de Lua ao meu lado e relaxei um pouco, mas ainda não tinha perdido a vontade de matá-los lenta e dolorosamente. - Olha só, tá no estilo!
- Mates, será que vocês poderiam abaixar um pouco a voz? - sussurrei, e Micael foi esperto o suficiente pra ler meus lábios e concordar com a cabeça, mas não rápido o suficiente para impedir Chay de gritar a pleno pulmões:
- LUA, CARALHO, CÊ TÁ GOSTOSA, EIM?
Fechei os olhos, fazendo uma careta.
Era o fim. A mãe de Lua nunca mais iria querer me ver pela frente. Nem pintado de ouro.
- Pessoal, que bom que vocês vieram! - Lua soltou minha mão e correu em direção aos amigos, mas sua mãe a parou no meio do caminho. Fui atrás dela, e pude ouvi-la dizendo “eu não quero esses seus amigos aqui, Lua! Eles vão estragar a festa!”
Passei a mão pela garganta para eles, num sinal de que estávamos perdidos. Os seis olharam para a cena. Lua estava mais vermelha que um pimentão, e sua mãe soltava fumaça pelas orelhas. O salão inteiro nos olhava.
“Mãe, eles são meus amigos e sabem se comportar. Não começa…” ela murmurou, entre os dentes.
“Não começa você, Lua. Quero eles fora daqui!” sua mãe respondeu, alterada. “Isso é um evento familiar!”
Lua passou a mão pela testa e respirou fundo. Estava prestes a surtar.
“Quer saber? Eles vão sim. Mas eu vou junto.” ela respondeu, dando as costas para sua mãe.
Aproximei-me, segurando seu braço com força. Os guys se aproximaram com as meninas.
- Lua, pare com isso, nós vamos embora! Não devíamos ter invadido sua noite com a família! - Micael se desculpou.
- Lua, não precisamos ser tão dramáticos. - eu supliquei.
- Drama? Você acha que isso é draminha? - ela exclamou, puxando o braço para se soltar. Segurei-a novamente, com mais força. - Me solta, Arthur, mas que merda! Me deixa em paz!
- Hey, o que eu te fiz? - perguntei, sem soltá-la. Ela começou a se debater.
- Eu só quero que você me solte, porra! Eu quero ir embora daqui! - ela gritou. À essa altura do campeonato, a música havia cessado e todos do salão nos olhavam. Era um circo.
Comecei a ficar nervoso com aquele silêncio constrangedor, Lua me agredindo verbalmente por nada e todos os olhares cravados em cima de nós.
- Lua, a gente pode conversar? - sussurrei, puxando-a para mais perto. Sabia que estava apertando forte demais, sabia que estava machucando, mas não podia controlar minha força num momento daqueles.
- PORRA, ARTHUR! SOLTA A BOSTA DO MEU BRAÇO! VOCÊ TÁ ME MACHUCANDO! - ela estourou.
Dava pra ver em seus olhos que aquela raiva não era direcionada a mim. Eu deveria ter sido compreensível, mesmo por que, como já disse antes, eu estava ciente de que estava a machucando. Mas, como sempre, ao invés de ter uma atitude racional, eu estourei.
- NÃO FALE COMIGO COMO SE EU FOSSE A PORRA DO SEU NAMORADO DE VERDADE! - gritei, a pleno pulmões.
Ela arregalou os olhos e abriu de leve a boca. Ouvi Pedro murmurar “fodeu” e Sophia soltar uma risadinha nervosa. No mesmo instante, sua mãe, que até aquele momento só nos assistia brigar, indagou:
- O que você quis dizer com isso, Arthur?
- E-eu… N-não… E-eu… - gaguejei, sem saber o que falar. Minha garganta secou no mesmo instante. Olhava para todos os lados, menos para Lua. Não podia nem imaginar o tamanho da merda que havia feito.
Calei-me. Afinal de contas, quanto mais se mexe, mais a bosta fede, não é? O que mais eu poderia fazer além de me calar e esperar as consequências dos meus atos?
Olhei com o cantos dos olhos para Lua, estática ao meu lado. Soltei seu braço de uma vez só.
- Arthur, vou receber uma resposta hoje? - Adriana tornou a perguntar.
- Foi isso mesmo que você ouviu, mãe. - abri a boca para falar, mas Lua me atravessou, com a voz dura e fria. - Thur não é meu namorado, é tudo uma farsa. Uma farsa pra poder te agradar, pra tentar me aproximar de você, e sabe por quê? Porque eu te amo, mãe. E eu quero me aproximar de você, quero tentar conviver com você. Mas eu sou muito diferente do que você gostaria que eu fosse. Você ama mais o status, você ama mais “o que outros vão pensar”… E com isso eu não posso lidar. Mas não se preocupe mais, mamãe - então ela direcionou os olhos gelados para mim. -, a farsa acabou.
O que ela queria dizer com aquilo?
Ela virou as costas a caminhou os poucos metros que a separavam da porta. Mas antes de sair, abriu a boca de todos presentes com uma revelação. Bom, talvez não de todos presentes, mas de todos envolvidos na história:
- E se você pensa que eu fiz isso pela merda de um carro, está muito enganada. No começo do ano ganhei um prêmio nas olimpíadas de física no valor de um carro. Fiz por amor mesmo. Mas como sempre, quebrei a cara.

Capitulo 93


Sábado, dia 14 de Novembro, 19:54, no meio da rua.
Lua:
Até onde eu teria que ir para pegar um táxi naquele lugar? Será que os taxistas não sabiam que todos os dias alguma garota perdida saía de onde estava e procurava por eles? Porra!
Sentei-me no meio fio, depois de caminhar dois quarteirões. Apesar do frio, eu estava com calor. Principalmente por estar andando com aqueles saltos babacas. Sentia-me idiota, diferente do começo da noite.
Por que cheguei a pensar que algo daria certo para mim algum dia? As coisas nunca dariam certo. Pelo menos não pra mim.
Estava completamente perdida. Sentia falta da bolsa que deixara dentro do salão, com meu celular e meus cigarros.
- Lua! - ouvi a voz esbaforida de Thur vir do começo da rua. Virei os olhos. O que ele queria? Ferrar minha vida mais um pouquinho?
Quando conseguiu me alcançar, apoiou o corpo nos joelhos, respirando fundo. Levantei-me, com medo de que ele olhasse mais para minha calcinha do que para mim.
- Lua, por que você saiu daquele jeito? - ele perguntou, assim que recobrou o fôlego. Ignorei sua pergunta, continuando a caminhar. - Puta merda, Lua, para de ser criança.
- Arthur, vá embora. - pedi, sem vontade de brigar. - Acabou a farsa. Não precisa mais fingir que se importa comigo. - respondi, sem me virar. Avistei bem ao longe um carro branco vindo em nossa direção. Talvez fosse um táxi. Talvez não.
- Eu não estou fingindo! Me desculpe pelo o que eu disse, eu fui um idiota. Para de andar um pouco?
- Arthur, sério, me esquece. Como você mesmo disse, eu não sou sua namorada, você não é meu namorado. Sua banda já está livre, pode voltar com a sua vida que eu vou voltar com a minha.
- E o que nós acabamos de ter, Lua!? Você disse que me amava! - ele gritou, começando a perder o controle.
- É, eu te amo sim, Arthur. Mas eu não quero ter um relacionamento com você baseado na mentira, no fingimento. Eu preciso de um tempo pra mim, pra esquecer essa história, pra poder enfiar de uma vez por todas na cabeça que minha mãe nunca vai estar satisfeita comigo… Eu só quero um tempo.
- Lua, para com isso vai… Vem cá, me dá um abraço, vamos esquecer isso e fumar um cigarro. - ele estendeu a mão em minha direção. - Me conte mais sobre esse prêmio de física.
- Arthur, eu… - neguei com a cabeça, dando dois passos para trás, ficando no meio da rua.
- LUA, SAI DAÍ! - ele gritou, e eu senti algo me atingir.
Depois não me lembro de mais nada.

Capitulo 94


Domingo, dia 15 de Novembro, 9:13, hospital de Brighton.
Thur:
Estava com os olhos pregados na testa desde o dia anterior. Aquele quarto de hospital já estava começando a me irritar. O sono me dominava…
Olha, não me levem a mal… Eu ainda tentei entrar na frente para que o carro não a pegasse, mas o melhor que consegui fora fazer com que ele não passasse em cima dela. O impacto foi menor. Mesmo assim, somando a pancada na sua cabeça, minha perna quebrada e os arranhões em meu corpo devido à queda, fora um acidente e tanto. Mas pelo menos tudo estava bem, e ela acordaria a qualquer momento.
Não conseguia nem imaginar como seria se eu não tivesse empurrado seu corpo. Não gostava de imaginar… Só a lembrança de vê-la desmaiada ao meu lado na hora do acidente me dava calafrios…
-Arthur, vá pra casa… – Adriana resmungou ao meu lado, mais dormindo do que acordada.
- Vá você, Adriana, eu estou legal. Daqui a pouco os meus amigos chegam aí… E eu vou.
Olhei para Lua, que dormia tranquilamente, enfaixada. Havia batido o lado da cabeça e só ficaria no hospital em observação enquanto dormia. Assim que acordasse o médico a analisaria e a mandaria para casa. Pelo menos era o que nós esperávamos.
Adriana suspirou, vencida.
- Eu queria estar aqui quando ela acordasse, mas preciso tomar um banho e tirar esse vestido… Assim que eu voltar você vai para casa tirar esse smoking também.
Concordei com a cabeça só para não contrariá-la, porque eu não tiraria meu corpinho daquele quarto até que Lua acordasse.
Ela se levantou e lançou um olhar triste em direção à filha adormecida antes de sair.
Apoiei a cabeça na parede, fechando os olhos por um instante. Minha sensação fora a de só ter piscado, mas acordei duas horas depois com Sophia, Rayanna e Mel me chacoalhando.
- Arthur, vá para casa, tome um banho, descanse a perna e lave essas arranhados… Os meninos já estão chegando, nós vamos ficar aqui esperando você voltar! - Sophia passou a mão pelo meu gesso.
- Não, não… Vou esperar ela acordar… - balbuciei, antes de apagar de novo.
Despertei novamente com o entardecer. O céu escurecia, mas o quarto estava claro. Minha visão estava embaçada e minha perna doía muito. Ao meu lado vozes conhecidas conversavam.
- Ele ficou aí a noite inteira… - Sophia comentou.
- Não queria nem engessar a perna pra não sair do seu lado! - Mel completou, rindo.
- Muito fofo… - Rayanna suspirou.
- Olha, isso é tudo muito confuso… Eu nem conheço Arthur Aguiar direito! Me expliquem novamente como ele veio parar em uma cama ao meu lado?
- O QUÊ? - berrei, sentando-me com um pulo. Todas deram um gritinho, assustadas. Olhei para Lua, que levara a mão ao coração e respirava fundo. - V-você… Você não se… Você não se lembra de nós!?
- Meu Deus, você quase me matou do coração, cara! - ela ofegou. - Eu sei quem é você, mas não, não me lembro de sermos amigos…
- Amigos? Amigos!? - olhei para minhas amigas, que ainda se recuperavam do susto, mas tinham uma expressão de pena no rosto. - É brincadeira, né?
Eles negaram com a cabeça. Voltei minha atenção à Lua.
- Lua, linda, sou eu! O Thur! Nós dançamos ontem no baile… Eu sou seu… Eu sou seu namorado… Ou quase isso… - as palavras saíam engasgadas. Aquilo não podia estar acontecendo.
Lua soltou uma risada gostosa.
- Sim, e eu sou a Nicole Kidman!
Olhei novamente para minhas amigas, desesperado.
- Thur, não adianta. Ela não se lembra de nada a partir do começo de novembro. Ou seja, a partir do dia em que vocês dois começaram a se falar… - Rayanna fez uma careta. - O médico disse que talvez suas memórias voltem, mas não podemos ficar forçando…
Abri a boca e cruzei os olhares com Lua, que me olhava com um misto de admiração e nojo, exatamente do mesmo jeito que me olhara no primeiro dia em que fora pedir sua ajuda.
Eu não podia acreditar. Aquilo não estava acontecendo. Depois de tudo que havia acontecido entre a gente ela se esquecia de tudo!? Em que mundo injusto nós vivíamos!?
Levantei-me, uma dor cortante atravessando minha perna quebrada. Apoiei o gesso no chão, ignorando as ordens do médico, e manquei até a porta do quarto, sendo observado pelas quatro. Na verdade Lua não me observava, mas passava os olhos por mim. Deveria estar tomando drogas para a dor, e seus olhos não se fixavam em nada.
- Onde… Onde estão meus amigos? - perguntei, com a garganta seca.
- Na lanchonete. - Rayanna respondeu, mobilizada pela minha “perda”.
- Eu… Eu já volto… - anunciei, saindo pela porta.
Eu estava perdido…
Capitulo 95


Domingo, dia 15 de Novembro, 18:43, hospital de Brighton.
Girls:
- Siga meu dedo com os olhos, Lua. - o médico de meia idade passava o dedo em frente ao meu rosto. - Isso, assim.
Eu não sabia o que diabos Arthur Aguiar estava fazendo no meu quarto, e também não sabia que papo era aquele de “eu sou seu namorado”, mas sabia que aquilo não saía da minha cabeça, nem se eu tentasse. Minha cabeça com amnésia.
Eu não gostava muito de Arthur Aguiar, admito. Eu meio que o odiava na verdade… Mas ele era muito gato, e isso eu não podia negar. Principalmente com aquele smoking preto que ele estava usando…
Mas meu namorado?
Acho que não…
- Ainda não se lembrou de nada? - ele perguntou, retirando o dedo da frente do meu rosto e colocando aquele aparelhinho gelado em meu coração para ouvi-lo.
- Não… É estranho, porque para mim não há nada para se lembrar… - dei de ombros.
- Isso é normal. Não sabemos se suas memórias vão voltar, mas não se force a lembrá-las. Se elas voltarem, voltarão naturalmente.
- Ok. - sorri. - Já posso ir embora?
- Pode… Vou conversar com a sua mãe e você já está livre.
O médico guardou a prancheta onde anotava algumas coisas e saiu pela porta. Minhas amigas suspiraram.
- Se esse médico quisesse cuidar de mim pro resto da vida eu não me importaria… - Mel comentou.
- Taradas. - comentei, levantando-me da cama. Ainda sentia algumas tonturas quando ficava em pé, mas nada que eu não pudesse superar. Afinal de contas, eu sempre fora forte. - Meninas… Eu não quero ficar forçando, nem nada… Mas o que exatamente eu tenho com Arthur Aguiar? Porque… Bem, vocês disseram que ele era meu amigo, mas ele disse que é meu namorado, ou algo do tipo… Estou confusa…
- Bom, não estávamos esperando ele acordar pra te contar… Mas, sim, ele é como se fosse seu namorado… - Sophia explicou, mas eu continuei sem entender nada.
- Como se fosse? - perguntei, estranhando.
- Sim… Bom, é uma looooonga história… Acho melhor você sentar. - Mel aconselhou.
Então eu sentei. E ouvi a história toda. E ao final dela, eu não sabia se ria ou se chorava. Resolvi não dizer nada, mas no fundo do meu âmago, o que eu mais queria no mundo era lembrar de tudo aquilo. Sabe como é, pra rir um pouquinho.
Continua...

1 comentários:

Anônimo disse...

Q tudo,a web está otima , posta mais !

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Por Favor sem Palavra de Baixo Calao